segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Weder Fernandes








A Arte Africana.


Nomadismo restringea arte africana
O continente africano, por sua vasta extensão, apresenta inúmeros povos diferentes, com costumes e arte característicos. De uma maneira geral, a atividade migratória é grande dentro dessas tribos.
Os pigmeus, por exemplo, povos caçadores, devido à freqüência de migrações que costumam realizar, constroem suas casas de maneira simples, com galhos e folhas, dando pouco espaço para o desenvolvimento da arquitetura ou das artes plásticas de uma maneira geral.
Entretanto, a maioria desses povos têm no pastoreio - que também exige constantes mudanças em busca de terras melhores - sua principal atividade.
As artes plásticas, nessas condições, ficam seriamente restritas aos trabalhos como decorações no corpo e aos vasos onde, por exemplo, armazenam leite.
Pedras decoradasdo Sahara
A pintura parece ser atividade bastante apreciada por essas tribos, realizadas em superfícies como pedras.
O melhor exemplo desse tipo de prática pode ser dado pelas pedras decoradas do Sahara, pintadas durante interrompidos períodos de tempo.
Essas pinturas eram realizadas por nômades pastores que por ali passavam e, muito provavelmente, faziam parte de seus ritos de iniciação para a vida adulta, tema freqüente da arte primitiva.
Escultura e arquitetura
Entretanto, têm sido de povos agricultores os mais conhecidos exemplos da arte africana, como esculturas, a princípio colecionadas por arqueólogos e etnografistas do Século 19.
A arquitetura também pôde desenvolver-se nessas áreas. Entre os povos migratórios, a escultura só pode ser realizada em pequena escala.
Os Ife, cuja cultura floresceu entre o ano 1000 e 1500 da Era Cristã, na região da Nigéria, eram conhecidos pelo seu estilo de esculturas em bronze mais naturalistas (principalmente nas representações da cabeça, uma vez que o restante do corpo não possuía aproximação com as proporções reais).
É bastante variado os tipos de trabalhos encontrados desse povo, sobretudo pela enorme quantidade de artistas que os realizavam.
Criando uma noçãode conjunto
Entre os Séculos 12 e 14, pode ser notada, entretanto, uma diretriz comum fornecida pela religião e uma maior homogeneização das obras.
Materiais de diversas naturezas passam a ser utilizados em conjunto, como por exemplo as obras entalhadas em madeira e recobertas com latão (tribo Bakota, no Gabão).
As máscaras surgem como novos objetos artísticos, tratando-se de representações antropomórficas das forças sobre-humanas ou divindades que estes povos cultivavam em seu imaginário religioso.
O povo Benin - também na Nigéria e também influenciado pela cultura Ife - do Século 14 ao 19, manteve boa produção de esculturas em bronze, que foram caminhando ao longo do tempo, de um certo naturalismo para uma estilização cada vez maior.
BENIM, cid. da Nigéria, sede da região Centro-Oeste; 121.700 hab.
São especialmente famosas suas representações complexas e cheias de vida de seus reis e líderes, como a cabeça de uma princesa que pode ser observada no Museu de Londres.
Evolução na representaçãode animais
Pinturas de animais também foram freqüentes na arte africana, representando inclusive animais já extintos, como é freqüente nos desenhos em pedra do Sahara.
Representações de leões, elefantes, antílopes e humanos armados para caçá-los foram encontradas por europeus do Século 13 ao 19.
As figuras de animais encontradas no Sahara costumam estar divididas em quatro fases.
Bubalus Antiquus é a primeira delas, em que são representados animais selvagens (como o extinto búfalo) normalmente em larga escala e com preocupações naturalísticas, como a riqueza de detalhes. Reflete um estilo de vida caçador.
Período Pastoralista, que apresenta menor preocupação com o naturalismo e com os detalhes, representações em menor escala e figuras humanas armadas com ossos (no período anterior, quando os homens apareciam, costumavam estar armados com objetos como pedaços de pau).
Período do Cavalo é o próximo, em que os animais domésticos vão ganhando espaço, a estilização aumenta, o tamanho das representações diminui e as armas se incrementam. Cavalos, primeiramente puxados por carroças e posteriormente guiados diretamente pelos homens também são freqüentes.
Período do Camelo é o último, em que esse animal é bastante mostrado, sendo ainda hoje o animal doméstico mais utilizado no Sahara.
Fontes: Enciclopédia Digital Master.; Enciclopédia Koogan-Houaiss.







Art Déco.


A expressão, francesa, deriva do nome da Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes, realizada em Paris em 1925, e aplica-se a um estilo que, iniciado por volta de 1918-20, no imediato após-guerra, só atingiria seu pleno desenvolvimento cerca de dez anos mais tarde.
Muito embora eminentemente decorativo, e como tal de presença marcante na decoração de interiores, o Art Déco repercutiu também nas chamadas artes maiores, e grandes escultores, como Archipenko, Laurens e Lipchitz, entre outros, sofreram-lhe o impacto, do mesmo modo que pintores do porte de Marcoussis, Jean-Louis Boussingault, Sonia Delaunay, Natalia Gontcharova, Tamara de Lempicka e mesmo Amedeo Modigliani e Kees Van Dongen.
No Brasil o Art Déco surge em começos da década de 1920, com a contribuição de pintores como John Graz, decoradores como Regina Gomide Graz e escultores como Victor Brecheret.
Entre outros pintores que com maior ou menor intensidade refletem, em sua produção da década, o embate do Art Déco, devem ser mencionados Di Cavalcanti, Zina Aita, Ismael Nery, Antônio Gomide, Lula Cardoso Aires e Henrique Cavalleiro.
Fonte: CD-Rom "500 Anos da Pintura Brasileira"

Arte.


O conceito de arte é extremamente subjetivo e varia de acordo com a cultura a ser analisada, período histórico ou até mesmo indivíduo em questão.
Não se trata de um conceito simples e vários artistas e pensadores já se debruçaram sobre ele.
O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, segunda edição), em duas de suas definições da palavra arte assim se expressa:
«atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação»...; «a capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos ....»
Independente da dificuldade de definição do que seja a arte, o fato é que ela está sempre presente na história humana, sendo inclusive um dos fatores que a diferenciam dos demais seres vivos.
Além disso, a produção artística pode ser de grande ajuda para o estudo de um período ou de uma cultura particular, por revelar valores do meio em que é produzida.
Duas grandes tendências se alternam na história da arte:
NATURALISMO, que parte da representação do mundo visível.
ABSTRACIONISMO, que não nos remete a objetos ou figuras conhecidas, preferindo as linhas, cores e planos.
Uma prova das oscilações dessas tendências pode ser dada pelo fato, por exemplo, de a arte abstrata estar presente tanto nas manifestações vanguardistas do Século 20, quanto entre as produções de homens primitivos.
A arte pode se utilizar de vários meios para sua manifestação. Nas artes visuais os mais conhecidos são a pintura, a escultura, o desenho, as artes gráficas (gravura, tipografia e demais técnicas de impressão, inclusive a fotografia) e a arquitetura.
Fonte: Enciclopédia Digital Master.
Como o «Aurélio» define a arte
arte1 [Do lat. arte.]S. f. 1. Capacidade que tem o ser humano de pôr em prática uma idéia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria: A arte de usar o fogo surgiu nos primórdios da civilização. 2. A utilização de tal capacidade, com vistas a um resultado que pode ser obtido por meios diferentes: a arte da medicina; a arte da caça; a arte militar; a arte de cozinhar; Liceu de Artes e Ofícios. 3. Atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação: uma obra de arte; as artes visuais; arte religiosa; arte popular; a arte da poesia; a arte musical. 4. A capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos: A arte do Aleijadinho é considerada a maior manifestação do barroco brasileiro. 5. Restr. As artes plásticas: crítica de arte; mercado de arte; uma história da arte. 6. O conjunto das obras de arte de uma época, de um país, de uma escola: a arte pré-histórica; a arte moderna; a arte italiana; a arte impressionista. 7. Os preceitos necessários à execução de qualquer arte: a arte da marinharia; a arte de falar corretamente uma língua. 8. Livro, tratado ou obra que contém tais preceitos: a Arte Poética de Boileau; a Arte da Fuga de Bach. 9. Capacidade natural ou adquirida de pôr em prática os meios necessários para obter um resultado: a arte de viver; a arte de calar; a arte de ganhar dinheiro; escrever sem arte. 10. Dom, habilidade, jeito: Tem a arte de comunicar-se; Esse cachorrinho tem a arte de me irritar. 11. Ofício, profissão (nas artes manuais, especialmente): Naquela família a arte de entalhador é uma tradição. 12. Artifício, artimanha, engenho: Não sei que artes usou para convencê-la. 13. Maneira, modo, meio, forma: De tal arte envolveu o chefe que logo se tornou seu secretário; "A podenga negra, essa sumiu-se por tal arte, que ninguém no castelo lhe tornou a pôr a vista em cima." (Alexandre Herculano, Lendas e Narrativas, II, pp. 14-15). Fonte: Dicionário Aurélio - Século XXI.




Afrescos.


Afresco é uma técnica de pintura que deve o nome ao fato de que precisa ser realizada nas paredes ou tetos enquanto o esboço ainda estava úmido (ou fresco). Preferencialmente, é feito de nata de cal, gesso ou outro material apropriado.
Na sua utilização, as tintas ou pigmentos em geral, devem ser granulados, reduzidos ao pó e depois misturados à água. Dessa forma, as cores podem penetrar nas superfícies úmidas como parte integrantes delas.
Por ter ótima durabilidade em países onde o clima é seco, foi particularmente aplicada nesses lugares, como o norte da Europa e a Itália (com exceção de Veneza).
O fato de os afrescos secarem rapidamente, obrigava o pintor a vencer o tempo de secagem, ser ainda mais rápido, ter traços firmes e propósito claro. Outro fator limitante era a enorme dificuldade de se realizar correções posteriores.
Provavelmente utilizada desde a antiguidade, especula-se que eram afrescos as paredes pintadas na ilha de Creta antiga (principalmente no período de 2.500 a.c a 1100 a.c) ou na antiga Grécia.
Seu uso era universal, podendo ser encontrado ainda fora da Europa, nas pinturas chineses e hindus.
Porém Giotto é seu primeiro grande mestre, sendo após dele largamente usada na Renascença Italiana (os artistas da época pensavam que somente pigmentos naturais eram ideais em afrescos).
GIOTTO DI BONDONE, pintor e arquiteto italiano (Colle di Vespignano, 1266 – Florença, 1337). É o autor dos três grandes ciclos de afrescos sobre a Vida de São Francisco, em Assis e em Santa Croce de Florença, e de Cenas da vida de Cristo, na capela da Arena, em Pádua. Pela amplitude de sua visão do mundo, pelas suas pesquisas de volume e espaço, Giotto pode ser considerado um dos criadores da pintura moderna. Começou a construção do campanário de Florença.
Pintores como Masaccio, Rafael e Michelangelo são alguns exemplos dos que utilizaram a técnica em suas obras.
A partir do Século 18, seu uso começa a ser cada vez mais escasso. Tiepolo é o último dos grandes nomes da pintura italiana a pintar afrescos.
TIEPOLO (Giambattista), pintor e gravador italiano (Veneza, 1696 - Madri, 1770). Sua inventiva é brilhante, e o colorido, claro e alegre.
Porém, nos séculos seguintes ela encontra novos momentos de valorização, como entre os pintores alemães do Século 19, Nazarenes e Cornelius e, no século atual, entre os muralistas mexicanos, Riviera, Orozco e Siqueiros.
CORNELIUS (Peter von), pintor alemão (Düsseldorf, 1783 - Berlim, 1867). Pertenceu ao grupo dos "nazarenos".
OROZCO (José Clemente), pintor mexicano (Ciudad Guzmán, 1883 - México, 1949). Inspirando-se nos artistas pré-colombianos, executou grandes pinturas murais, freqüentemente satíricas (A verdadeira e a falsa justiça, na Corte Suprema do México), ou de inspiração e temática revolucionárias.
SIQUEIROS (David Alfaro), pintor mexicano (Chihuahua, 1896 - Cuernavaca, 1974), autor de vastas composições murais que se caracterizam por um lirismo trágico.
Fontes: Enciclopédia Digital Master.




Arte Acadêmica.


Entende-se como arte acadêmica a pintura e escultura produzidas sob a influência das academias européias do Século 19, nas quais muitos dos artistas recebiam seu treinamento formal.
A arte acadêmica tem como características básicas o rigor do estilo, o uso de temas históricos ou mitológicos e um tom moralista.
Não é uma escola ou um movimento específico. O neoclacissismo, por exemplo, está associado a essas academias, podendo ser considerado uma arte acadêmica.
Todavia, o termo «Arte Acadêmica» está associado muito particularmente à Academia Francesa e à influência desta nos Salões do Século 19.
Seu estilo está referenciado em artistas como Burguereau e Jean-León Gerôme.







Os desenhos simples, definidos por linhas sempre muito precisas, e os ornatos geométricos, ou em representação estilizada de padrões naturais, são os aspectos característicos do art déco.
Em seus produtos variados, tornou-se norma o emprego de materiais inventados pelo homem -- das resinas sintéticas, em especial a baquelita, ao cimento armado -- em acréscimo a materiais naturais como o jade, o marfim, a prata e os cristais de rocha.
Tendência que surgiu na década de 1920, logo após a voga do art nouveau, e se espelhou sobretudo nas artes decorativas, o art déco se generalizou como estilo, durante a década seguinte, pela Europa ocidental e os Estados Unidos.
Seu nome derivou da Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes, realizada em Paris em 1925 e na qual o estilo foi pela primeira vez exibido.
Influências capitais na formação do art déco procederam da própria evolução do art nouveau, da Bauhaus, do cubismo, dos Ballets Russes de Diaghilev. Um espírito de síntese eclética, conjugado a desejos de sofisticação e originalidade, levou ao aproveitamento de idéias decorativas oriundas de culturas indígenas e de velhas fontes do primitivismo clássico.
Parte substancial da produção do art déco relacionou-se à moda (vestuário e adereços) e à criação de cenários, figurinos e cartazes para teatro, projetando nomes como os de Erté e Paul Poiret, ambos ativos em Paris.
Na pintura, um reflexo particular do estilo manifestou-se na obra do pernambucano Vicente do Rego Monteiro, que desde 1911 viveu entre o Brasil e a França. Em sua fase mais original, Rego Monteiro fez uso de motivos marajoaras e de figuras compostas pelos padrões tradicionais do hieratismo egípcio.
Na arquitetura, as mais significativas expressões do art déco foram dadas pelos arranha-céus americanos da época, como o Empire State Building, de Shreve, Lamb e Harmon, concluído em Nova York em 1931.
Fontes: Enciclopédia Britânica - Artcyclopedia
ALGUNS ARTISTAS QUE PARTICIPARAMDO MOVIMENTO




Abstracionismo.


Mais antigo doque se pensa
A rigor, pode ser chamada de arte abstrata ou abstracionismo toda aquela que não se prende a uma representação fiel da natureza. Esse tipo de arte, portanto, existiu desde os primórdios da civilização, encontrando alguns momentos de maior ou menor aceitação.
Entretanto, o termo hoje é mais utilizado para designar a produção artística do Século 20, com seus movimentos de ruptura com a arte européia tradicional, que se baseava ainda, em grande medida, nas idéias renascentistas.
A maioria dos movimentos desse século valorizava a subjetividade na arte, permitindo distorções de formas que se chocavam, por exemplo, aos ideais do grande crítico renascentista Giorgio Vasari e sua crença no valor do artista intimamente ligado à própria capacidade de representar a natureza com o máximo de precisão possível.
VASARI (Giorgio), pintor, arquiteto e historiador de arte italiano (Arezzo, 1511 - Florença, 1574), autor da preciosa coletânea Vidas dos mais excelentes pintores, escultores e arquitetos italianos (1550, 2.ª ed. 1568), fundamental para a história da arte italiana da Renascença
Vertentes doAbstracionismo
Apesar de ter havido uma série de movimentos de ruptura com o conceito tradicional de pintura no Século 20, desenvolvendo a arte abstrata, houve três tendências básicas:
A exemplificada pelo trabalho de Brancusi, que consiste na supremacia das formas simplificadas, reduzindo as naturais até chegar nesse tipo de forma;
BRANCUSI (Constantin), escultor romeno da escola de Paris (Pestissani Gorj., Valáquia, 1876 - Paris, 1957). Reduziu suas obras a puros efeitos de matéria, de volumes, de ritmos.
A presente nas esculturas em relevo de Ben Nicholson. A partir de formas básicas que não se referem ou representam nenhum aspecto reconhecível, são construídos os objetos artísticos.
O princípio existente, por exemplo, no surrealismo, em que se valoriza um estilo livre e espontâneo de criação.
Luz e cor
Na arte abstrata o uso da luz, das diferentes texturas e contornos das linhas, do espaço e das cores ganham nova expressividade.
A partir de 1930, o abstracionismo pode ser considerado como um dos principais pontos de caracterização da arte do século atual.
Entretanto, ele vem ganhando espaço bem antes disso. Kandisky, já em 1910, fez a primeira pintura utilizando-se de formas não reconhecíveis.
KANDINSKY (Vassili), pintor francês de origem russa (Moscou, 1866 – Neuilly-sur-Seine, 1944). Um dos iniciadores da pintura abstrata.
Do cubismo para aarte abstrata
Muitos adeptos do cubismo terminaram por desenvolver o uso de formas abstratas depois do fim do movimento.
O Suprematismo de Malevich e o grupo Stijl de Mondrian são outros importantes pontos de desenvolvimento da arte abstrata na década de 10 do nosso século.

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